A queda da Damara

Por gerações, os desertos frios do norte de Vaasa sustentaram uma população escassa de caçadores e pobres agricultores. Essas almas resistentes tentavam ganhar a vida em meio àquele solo duro e pedregoso e mal suportavam os longos e escuros invernos. Mas isso foi antes da vinda do Rei Bruxo, Zhengyi, que formou o Reino de Vaasa e construiu um castelo maligno no topo de um penhasco solitário, do qual sua sombra sinistra se espalhou pela terra. Alguns diziam que Zhengyi havia alistado a ajuda de poderosos demônios, ou que ele próprio era um demônio, e algo disso deve ter sido verdade, pois o reino de Vaasa logo recrutou um exército de guerreiros, humanos e não humanos, e mortos-vivos – muito mais do que as pobres terras do norte poderiam suportar. E com este exército, Vaasa tornou-se um poder a ser considerado no Norte de Faerûn.

No ano de 1347, o Rei Bruxo invadiu o pacífico reino de Damara, ao sul, atacando sem aviso prévio. Apesar da surpresa do ataque inicial, os habitantes da Damara se defenderam bravamente; a guerra durou dez longos e sangrentos anos. No inverno de 1357, o rei Virdin de Damara enfrentou as forças do Rei Bruxo no vau do rio Goliad, no que seria a última batalha da longa guerra. Alguns dizem que foi a traição do conselheiro-chefe do rei, Felix (que segundo rumores era um membro secreto da Guilda dos Assassinos, em aliança com o inimigo), que levou o jovem rei à morte, e seu exército à derrota completa.

O Rei Bruxo e seu aliado secreto, o Avô dos Assassinos (cuja misteriosa cidadela tem a fama de estar localizada em algum lugar nas montanhas Galenas), avançaram rapidamente para consolidar sua vitória. Em uma única noite, os nobres mais leais e poderosos da Damara foram mortos à espada e por veneno, deixando apenas os covardes, os incompetentes e os desleais para negociar pela paz.

O Rei Bruxo tomou as ricas províncias do norte para si, e concedeu uma pequena independência aos senhores do sul… contanto que prestassem tributo e reconhecessem o poder do Rei Bruxo. Este foi um movimento político sagaz, pois cada nobre mesquinho conspirava contra os outros em busca de restos de poder e riqueza, lançando o sul inteiro no caos. Um fluxo constante de refugiados seguiu para o sul, em busca de uma segurança e paz sempre evasivas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *