16 de Nightal, 1356 DR (Ano do Verme)
A descida termina em uma grande caverna natural. O ar é quente, úmido, e fede por causa dos gases vulcânicos. O chão da caverna é repleto de borbulhantes poças de lama, pequenos gêiseres, fontes termais, e crostas minerais. A caverna é colorida em ricos vermelhos, marrons e amarelos, combinados com pretos e cinzas. Terraços encrustados de depósitos minerais se estendem a partir dos lados da caverna em vários pontos. Estalactites se fundem com estalagmites em vários lugares para formar pilares do teto até o chão. Flashes ocasionais de luz avermelhada, combinadas com grandes explosões de vapor a partir das profundezas de algumas das nascentes de água termal, iluminam brevemente pequenos pontos da caverna.
No canto da passagem encontram uma puída mochila de couro com alguns equipamentos típicos de aventureiros e um tubo de marfim contendo um documento oficial de Cormyr autorizando um grupo chamado “Irmandade da Lança de Prata” a exercer suas atividades dentro dos limites do reino. O documento lista os nomes dos membros do grupo: Frotref, Snowclaw, Talsorin Baenre, Raruk, Durrakas o Vermelho, Iavius o Sábio, Jack-of-Blades e Harl Amendall.
Erguido contra a parede direita da caverna avistaram um templo de tijolos que parecia ter sido construído recentemente. Quando se aproximaram do templo quase foram surpreendidos pela Irmandade da Lança Prateada, que havia sido dominada pelos terríveis Koprus remanescentes de seu antigo império e que almejavam recuperar seu domínio na região:
- Frotref, o humano gladiador, líder do grupo e portador da Lança Prateada;
- Snowclaw, o humano assassino;
- Talsorin Baenre, a drow sacerdotisa de Lolth e membro da mais poderosa casa de Menzoberranzan;
- Durrakas, o Vermelho, meio-humano, meio dragão;
- Raruk, o monge githzerai mestre dos poderes da mente;
- Iavius, o Sábio, humano mago.
O combate foi ferrenho, com Neurion cancelando todas as magias que Iavius lançava sobre o grupo. Beriel conseguiu derrubar o teto do templo sobre o grupo inimigo, que acabou sendo derrotado pela Companhia do Milagre.
Entre os pertences da Irmandade da Lança Prateada encontraram restos de um diário que sugeria que eles haviam chegado na Ilha do Pavor 2 anos atrás. Eles também passaram pela vila de Mantru e prometeram derrotar os canibais, mas estavam na verdade interessados nos tesouros do templo. Foram porém dominados pelos Koprus. Passaram os últimos dois anos forçados a construir o templo enquanto eram alimentados pelo tributo de carne humana jogada pelos canibais da superfície, que faziam isso para evitar que os “demônios” que habitavam as profundezas viessem atrás deles. Debaixo das armaduras e roupas puidas e gastas seus corpos denotavam as marcas de dois anos servindo os Koprus como escravos.
Depois de enterrarem os corpos dos membros da Irmandade da Lança Prateada, seguiram então para o outro lado da caverna, onde avistaram uma pequena capela de construção muito mais antiga. No caminho ainda avistaram o vulto dos Koprus sumindo nas profundezas das poças de lama, de certo fugindo da fúria dos heróis que derrotaram seus escravos.
Diretamente debaixo de uma gotejante estalactite, no alto de uma série de vários terraços de pedra negra, foi construída uma rebuscada capela feita de tijolos de barro vermelho. Dentro da capela, sobre um pedestal, encontraram uma caixa de ferro. Apesar das condições da caverna, o metal não estava oxidado. A caixa era quente ao toque. A tampa estava lacrada com bronze derretido.
O fantasma de Sephiran Shadeshaper se materializou dentro da capela ameaçando aqueles que ousavam invadir o destino final do legado do Destruidor, mas os heróis conseguiram convencer o espírito de que precisavam da espada para destruir as relíquias de Vecna.
Quando abriram a caixa viram que ela estava cheia se sangue. Beriel molhou sua mão com a cura do Moragnir e retirou a espada de dentro do macabro receptáculo. Ciente de que sua guarda milenar havia terminado, o espírito de Sephiran Shadeshaper se dissipou.
De volta à vila de Mantru foram recepcionados como heróis e uma grande festa foi organizada em homenagem ao grupo que salvou Mantru da ameaça da tribo de canibais. Um grupo de guerreiros se ofereceu para escoltar a Companhia do Milagre de volta para Tanaroa.
No caminho de volta Erevan sobrevoou a ilha para conhecer a fauna e flora local. Sobretudo os grandes lagartos. Ele pegou algumas sementes de árvores nativas das vilas de Mantru e Tanaroa, e percebeu que não havia mais traços do Moragnir entre a fauna da ilha.
Beriel, porém, saiu de seu transe algumas noites suando frio, sem se lembrar exatamente o que havia sonhado. Mais de uma vez ele levantou com o grupo o assunto dos artefatos de Vecna, e que agora tinham a chave para destruí-los. Por vezes o encontram sentado observando a espada embainhada. Durante todo o caminho até Tanaroa, mesmo quando o perigo rondava o grupo na selva, ele hesitou em desembainhar a espada. Ao chegarem em Tanaroa, Beriel evitou entrar na vila e seguiu diretamente para o navio.
A viagem de volta para Ruathym transcorreu sem muitos contratempos. Conseguiram deixar o porto antes que o gelo do inverno prendesse o navio na baía. Na rota para Waterdeep avistaram no horizonte uma grande frota que navegava sob a bandeira de Luskan, provavelmente o início das hostilidades entre aquela cidade e os corsários de Ruathym.
30 de Hammer, 1357 DR (Ano do Príncipe)
Ao chegar em Waterdeep Bronk se despede do grupo. Da maneira meio grossa dele , deixa uma mensagem avisando que ele vai ficar no porto mesmo, pois aquela era sua vida, e pedindo para avisar ao Marco Rolo que a dívida que ele tem com ele estava quitada.