Aventura 72: O Castelo Ravenloft

De volta à mansão do burgomestre, a Companhia do Milagre busca descansar após o enterro e o combate daquela tarde. Durante o jantar a casa e o resto da vila é assaltada por uma horda de desmortos e outras criaturas da noite. Segundo Ismark estes ataques acontecem todas as noites. Neurion ergue uma barreira mágica que permite que todos consigam descansar com mais facilidade.

Ao amanhecer, Sardo, Erevan, Neurion e Tau partem para conversar com Madame Eva, a anciã Vistani, que poderia informar o grupo sobre a origem das falsas missivas utilizadas para atrair aventureiros às névoas da Barovia.

Na bifurcação que os levaria para o acampamento dos ciganos uma velha forca de madeira rangia com o vento gelado que soprava das terras altas do oeste. Um pedaço de corda esgarçado dançava pendurado na trave de madeira. Uma placa do outro lado da forca apontava em três direções: Vila da Barovia para o leste, Poço Tser para o noroeste e Ravenloft / Vallaki para sudoeste.

O estrada para noroeste descia o morro e desaparecia no meio das árvores, enquanto a estrada para sudoeste sobia acompanhando as montanhas. Do outro lado da forca, uma parede baixa, desmoronando em alguns lugares, cercava parcialmente onze lápides envoltas em brumas.

Quando começavam a descer a estrada ouvem um rangido vindo da forca. Onde não havia nada antes, agora estava pendurado um corpo cinzento e sem vida. A brisa virou a figura enforcada lentamente, até que ele pudesse fixar seus olhos mortos sobre o grupo. Erevan podia jurar que as feições do elfo pendurado por uma corda ao redor do pescoço eram as de Neurion, mas o resto do grupo enxergava apenas um homem com os traços dos moradores daquela terra sombria. Quando queimam a corda o corpo se dissolve sem deixar vestígios.

Após meia hora de caminhada a estrada começou a desaparecer gradualmente, sendo substituída por um caminho tortuoso e lamacento através das árvores. Rastros profundos na terra evidenciavam as idas e vindas de carroças. O dossel de névoas e galhos de repente deu lugar a nuvens negras trovejando no céu.

Os Vistani

Os Vistani

Em uma clareira, ao lado de um rio que se alargava para formar um pequeno lago de várias centenas de metros de diâmetro, cinco barracas redondas coloridas, com três metros de diâmetro, estavam armadas perto de um círculo formado de quatro carroças cobertas. Uma tenda maior podia ser vista perto da margem do lago, sua forma flácida iluminada de dentro. Perto desta tenda, oito cavalos bebiam água no rio.

A música dolorosas de um acordeão acompanhava o canto de várias figuras vestidas em roupas coloridas ao redor da fogueira. Uma trilha continuava além deste acampamento seguindo para o norte entre o rio e a borda da floresta.

Os vistani os encaminham para a grande tenta, onde chamas mágicas iluminavam com um brilho avermelhado seu interior, revelando uma mesa baixa coberta por um pano de veludo preto. Luzes pareciam emanar de uma bola de cristal sobre a mesa enquanto uma figura curvada a observava. Quando a velha falou, sua voz estalou como galhos secos se quebrando. Madame Eva, que assim como Madame Esmeralda, já estava ciente da chegada dos heróis e demonstrava conhecimento sobre os feitos de cada um.

Sem demora, a vidente colocou as cartas da Tarokka em forma de cruz, descortinando o destino da Companhia do Milagre.

cartas-madame-evaA primeira carta, disse ela, contaria uma história. O conhecimento do que já passou ajudaria a compreender melhor o seu inimigo. A carta revelada era o Seis de Estrelas, o Evocador. Eles deveriam buscar a cripta do mago ordinário, pois seu cajado era a chave.

A segunda carta revelaria uma grande força do bem e da proteção, um símbolo sagrado de esperança. A carta revelada era o Mestre dos Glifos, o Padre. Aquilo que procuram seria encontrado no castelo, entre as ruínas de um lugar de súplica.

A terceira carta representava o poder e a força, uma arma de vingança: a espada solar.A carta revelada era o Cinco de Moedas, o Membro da Guilda. Deveriam procurar um quarto escuro cheio de garrafas, o túmulo de um membro da guilda.

A quarta carta lança luz sobre alguém que os ajudará muito na batalha contra a escuridão. A carta revelada era a Torre. Seu aliado era um jovem problemático cercado por riqueza e loucura. Sua casa é sua prisão.

Madame Eva

Madame Eva

A quinta e última carta os conduziria ao seu inimigo, uma criatura de escuridão, cujos poderes são eu além da mortalidade. A carta revelada foi o Vidente, que ele os esperava em um lugar de sabedoria, calor e desespero. Grandes segredos estão lá guardados.

Madame Eva revela ao grupo a história de Strahd e sua obsessão imortal por Tatyana, uma camponesa, e suas reencarnações. O grupo crê que sua mais recente versão é Rose Marie, algo que surpreende a vidente.

O grupo decide seguir para o temível Castelo Ravenloft, mandando uma mensagem para seus companheiros na mansão do burgomestre através de um vistani, pedindo que protegessem a jovem e, se algo acontecesse com eles, fugissem daquele lugar amaldiçoado.

O Castelo Ravenloft

O Castelo Ravenloft

Depois de serpentear através das florestas e picos das montanhas escarpadas, a estrada virou repentinamente para o leste, e a surpreendente, impressionante visão das torres do Castelo Ravenloft torres se descortinou perante o grupo. A estrada terminou entre duas torres gêmeos de pedra, desgastadas pelo tempo. Além desses picos, um abismo envolto em névoas se extendia por cinqüenta metros, seu fundo desaparecendo em profundidades desconhecidas.

Uma ponte levadiça construida com velhas vigas de madeira atravessava o abismo, levando até uma arcada que servia de entrada para o pátio do castelo. As correntes da ponte levadiça rangiam ao vento, o ferro enferrujado se esticando sob o peso da ponte. De cima dos altos muros, gárgulas de pedra olhavam para os heróis com seus olhos ocos e vazios, sorrindo horrivelmente. Um portão de madeira podre, esverdeado com musgo e hera, pendurava-se acima do túnel de entrada. Mais além, as portas principais do castelo encontravam-se entreabertas. Uma luz rica e acolhedora escapava lá de dentro, inundando o pátio. A chama de duas tochas balançavam tristemente em suportes em ambos os lados das portas abertas.

Neurion estabeleceu um elo telepático entre o grupo. Tau e Erevan tentaram se aproximar furtivamente pelo ar, voando no grifo do paladino, mas as névoas que envolviam o castelo os sufocaram, e por pouco não conseguem voltar para junto de seus companheiros. O druida esconde-se com sua capa e atravessa a ponte levadiça, onde conversa com algumas heras que cresciam pelas muralhas. As plantas tinham apenas uma mensagem, que ele fugisse com sua alma enquanto podia.

Não intimidado pelo aviso, os heróis decidem avançar. Akuna quase despenca da ponte quando uma das tábuas se parte sob seus pés, mas todos chegam incólumes do outro lado.

erevan-castle-ravenloftErevan toma a forma de um gato preto e usa seu olfato para encontrar o rastro de Gertrude, mas encontra as portas do foyer do castelo fechadas. No teto do vestíbulo quatro estátuas de dragões parecem observá-lo, seus olhos refletindo a luz das tochas. Quando Numspa se esgueira para abrir as portas elas se abrem sozinhas.

Teias podem ser vistas entre as colunas que suportam o teto abobadado do grande e empoeirado salão de entrada, mal iluminado por tochas em suportes de ferro. As tochas faziam sombras estranhas sobre os rostos de oito gárgulas de pedra, agachados em alcovas no alto do teto. Os afrescos rachados e desvanecidos do teto estavam cobertos por mofo e poeira.

Portas duplas de bronze estavam fechadas ao leste, e ao norte era possível ver uma escada larga que subia na escuridão. Um corredor iluminado para o sul continha outro conjunto de portas de bronze, através das quais era possível ouvir uma triste e majestosa música de órgão.

Erevan sobe as escadas e chega em uma imensa sala escura e fria. Suportes de tochas de ferro vazios pontilhavam as paredes. Centenas de teias cobertas de poeira cobriam o salão, impedindo que se visse o teto. Na extremidade sul da sala, um grande trono de madeira com o encosto alto estava posicionado em cima de um estrado de mármore e de costas para as escadas.

Rahadim, o castelão do Castelo Ravenloft

Rahadim, o castelão do Castelo Ravenloft

Arranhando um par de portas de bronze onde podia sentir o rastro de Gertrude, Erevam escuta passos e em sua mente começa a ouvir os gritos uivantes e agoniados de milhares de homens e mulheres. Um elfo de pele escura e longos cabelos negros, usando um manto cinza sobre uma armadura de couro preto e com uma cimitarra polida pendurada em seu cinto, abre as portas e pega Erevan no colo, dizendo que ia levá-lo para sua dona.

Passando por vários corredores, salas e passagens secretas, o elfo leva Erevan até uma das torres do castelo, onde sete bruxas cozinhavam algo em um grande caldeirão de metal negro. Assim que o elfo o larga no chão, Erevan trata de fugir correndo, e acaba se perdendo no labirinto que são as passagens do castelo.

Ele acaba chegando em uma sala onde um velho acorrentado em uma escrivaninha parecia fazer o inventário dos tesouros do mestre do castelo. Tomando um chute do velho, o druida usa seu olfato para descobrir o caminho de volta para o rastro de Gertrude.

Tau, Numspa e Neurion, que aguardavam no pátio e acompanharam os apuros do druida através de um link mental conjurado, resolvem entrar no castelo. Mas assim que chegam no salão principal vêem o sinistro elfo descendo as escadas, dizendo que seu mestre os aguardava.

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