Aventura 99: O mistério das três maçãs

Após levantar acampamento, seguem viagem na direção da Cidade do Sol. O calor do deserto prega peças, conjurando miragens de oásis, caravanas, mares e cidades fabulosas no horizonte.

Mas neste dia uma em especial teima em persistir por mais tempo do que deveria, parecendo até ficar mais próxima a medida em que voam em sua direção. Logo se dão conta de que estão se aproximando realmente de uma cidade enorme e fantástica, repleta de minaretes e palácios que quase tocam o firmamento, cercada de oásis, tendas e jardins. Nos céus sobre ela voam lado-a-lado pássaros multicoloridos e pessoas em tapetes mágicos. Sua natureza etérea persiste mesmo enquanto a sobrevoam, as construções tremulando como se não decididas da própria materialidade de seus tijolos.

Pausando diante dos grandes portões de bronze com mais de 30 metros de altura, lêem o nome da cidade gravado em ouro no alto da arcada: Agrabah. Neurion recorda de uma menção a uma cidade de nome similar em um livro sobre a magia da distante península de Zakhara, isolada no sul de Faerûn por uma altíssima cadeia de montanhas.

Agrabah

Milhares e milhares de pessoas tratam de seus afazeres diários, mas logo percebem que algo não está certo. Pelo canto dos olhos percebem uma decadência e uma sombra pairando sobre todos, e Naugrim confirma que todos os habitantes de Agrabah estão na verdade mortos.

Interpelando um homem que passava descobrem como chegar no grande bazar no centro da cidade. Caminhando pela fervilhante avenida principal observam assombrados como as pobres almas seguem com seus afazeres domésticos mesmo estando mortos. No bazar encostam em uma tenda de chás enquanto Neurion investiga porque um homem está sentado sozinho em uma banqueta olhando intensamente para um grande baú, sem que ninguém ousasse se aproximar dele.

O homem, vestido ricas roupas de seda e com um papagaio vermelho no ombro, apresenta-se como Ja’far ibn Yahya, o vizir de Agrabah. Ele se lamenta por não ter solucionado o mistério contido naquele baú que o Califa havia recebido de presente de um pescador, e se declara culpado pela tragédia que se abateu sobre a cidade.

Quando abrem o baú encontram lá dentro o corpo esquartejado de uma jovem mulher, vestida com roupas simples, e duas das maçãs mais perfeitas que já viram repousando sobre os pedaços da moça. O Califa havia ordenado que ele solucionasse aquele mistério e descobrisse quem havia assassinado a jovem, mas o prazo de três dias havia terminado sem que ele tivesse uma solução. Não encontram nenhuma marca ou inscrição no baú, mas Neurion detecta uma leve aura mágica nas maçãs, provavelmente a razão por elas serem tão perfeitas. Ja’far comenta que são maçãs do próprio jardim do palácio.

Antes que o vizir pudesse esclarecer mais sobre o assunto, o som de trombetas vindo da direção do palácio anuncia uma horda de milhares de soldados que tomam as ruas e começam a matar todos que encontram pela frente. Buscando refúgio em uma casa, quando cessam os gritos do lado de fora encontram todos na cidade mortos, inclusive os próprios guardas.

Neurion acredita que a cidade estava amaldiçoada a reviver aquele momento eternamente enquanto o mistério contido no baú não fosse solucionado. Partem então para o palácio, onde encontram o Califa sentado pensativo em seu trono. Ao ser questionado sobre o que está acontecendo na cidade, vocifera que o assassino da jovem encontrada no baú deve ser levado à justiça.

Seguindo para o jardim do palácio em busca de pistas, Akuna dá uma mordida em uma das maçãs enquanto investiga a cabana do jardineiro. Neurion encontra as duas macieiras em um canto do jardim e Naugrim começa a ouvir uma melodia vinda de um chafariz. Ele encontra um homem de 2,5m de altura, trajando roupas bufantes e coloridas, cantarolando enquanto brincava com a água. Ele se apresenta como o espírito guardião dos jardins do Califa, e quando sente o cheiro da maçã comida por Akuna avança para cima do paladino. Os heróis ainda tentam argumentar com o espírito, mas são atacados por ventos intensos e uma espada flamejante. O combate é ferrenho, mas no final o espírito é derrotado, lamentando-se que apenas uma única vez antes havia falhado em sua missão de proteger o jardim, quando um ourives conseguiu roubar as mesmas maçãs que o grupo agora carregava.

Investigando as ourivesarias no bazar, encontram um alçapão secreto em uma delas protegido por uma armadilha que quase transformou Tass em uma estátua de ouro. No fundo do alçapão encontram um jovem e um velho, os dois alegando terem sidos os assassinos da jovem no baú. Diferente dos outros habitantes da cidade, os dois estão vivos.

O jovem Núr al-Dín Alí conta que a esposa havia pedido a ele as maçãs, pois estava muito doente. Mas quando as trouxe ela já estava muito doente para comê-las. Mas a caminho do trabalho vê um escravo com uma das maçãs, e o interpela sobre como a conseguiu. O escravo diz que foi um presente de sua namorada. Desconfiado da fidelidade da esposa, descobre uma maçã faltando e a mata. Esconde o corpo no baú e o manda para fora da cidade, mas depois o filho mais velho conta que havia roubado uma das maças, e um dos escravos havia roubado dele e fugido. Não aguentando mais a culpa pela tragédia, pede que o matem. O velho, que é sogro de Núr al-Dín, nega a história do genro, e diz que matou a própria filha por ela ter sido infiel, e exige serem levados perante o Califa para enfrentar a justiça. Akuna sente que o velho está mentindo para poupar o genro, talvez por pena de todo o sofrimento pelo qual a família já passou.

O Califa escuta as histórias de todos e, após ponderar algum tempo, invoca um espírito terrível e comanda que ele traga até sua presença o escravo responsável por todo aquele sofrimento. Aparecendo em uma explosão de enxofre e sombras, um escravo surge desorientado, nao entendendo como havia voltado até Agrabah. O Califa ordena que os heróis apontem o culpado por toda aquela tragédia, para que a justiça possa finalmente ser satisfeita.

Akuna, Neurion e Naugrim ainda tentam ponderar, levantando a parcela de culpa do próprio Califa em toda a tragédia que se abateu pela cidade, mas no fim apontam como o culpado pelo assassinato da jovem o ourives Núr al-Dín Alí. Satisfeito, o Califa o acerta com uma explosão de magia que o mata trepassando seu peito.

Aos poucos a cidade vai se desvanecendo como uma miragem, até que a Companhia do Milagre se vê novamente sozinha no meio do deserto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *